O último dia do Encontros Negros, realizado nesta quinta-feira (28), na Casa do Benin, trouxe discussões profundas sobre comunicação e literatura como ferramentas de transformação social e resistência da população negra. Com o tema “Por que lutamos?”, o evento promoveu diálogos que ressaltaram a importância da representatividade e do protagonismo negro em espaços de poder e criação.
A programação começou com a mesa “Comunicação e Representatividade: A Voz da Comunidade Negra na Mídia”, que contou com a participação de Nina Santos e Igor DSN. Os convidados debateram os desafios e avanços na ocupação de espaços na mídia, destacando como a comunicação pode ser usada para reverter estereótipos e amplificar as vozes negras.
Para Nina Santos, a discussão trouxe novas perspectivas sobre o papel da Bahia no cenário digital. “Essa mesa foi muito importante para mim, inclusive para eu conhecer outras iniciativas que acontecem aqui, tentando conectar tecnologia, questões raciais e questões sociais. Acho que o mundo digital nos impõe um desafio gigantesco, e a Bahia pode ter um papel absolutamente essencial nisso. Depois de ouvir os meus companheiros de mesa e as perguntas da plateia, estou ainda mais convencida de que precisamos aprofundar essas discussões”.
Encerrando o evento, a mesa “Literatura Negra: Vozes, Narrativas e Resistência” trouxe a escritora Elisa Lucinda e o poeta Quito Ribeiro para um diálogo emocionante sobre a escrita como espaço de expressão e resistência. Elisa Lucinda destacou o poder coletivo da literatura negra. “É importante, forte e necessário. Cada um de nós vinha lutando sozinho em sua trincheira. Agora estamos juntos, de galera, e não vamos recuar. Essa união é um marco que nos dá força para seguir.”
O Encontros Negros é uma iniciativa da Umbu Comunicação & Cultura, com o apoio da Casa do Benin, Fundação Gregório de Matos e Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador. O projeto também conta com o patrocínio do Governo do Estado da Bahia por meio da Embasa.
O encerramento da edição de 2024 reafirmou o papel do evento como um espaço essencial para a valorização da identidade e da cultura afro-brasileira, contribuindo para a luta por visibilidade e respeito